quarta-feira, 4 de julho de 2012

Atividades da sociedade para a inclusão


A forma com que a sociedade lida com a questão corporal é influenciada por estereótipos criados no passado. Isso se aplica também à maneira com que tratamos os portadores de algum tipo de necessidade especial.
Na Roma antiga, por exemplo, o imperador Calígula exibia em sua corte pessoas deformadas, anãs, albinas como aberrações. Na Grécia antiga e principalmente na cidade de Esparta, os recém-nascidos eram avaliados por funcionários do Estado, e se não fossem considerados sadios, o que muitas vezes significava a manifestação de algum tipo de deficiência ou deformidade, eram jogados do alto do monte Taigeto. E há outros povos, que sempre cuidaram de seus deficientes, ou mesmo mudaram a própria concepção com relação aos mesmos ao longo dos anos. Na sociedade hindu os cegos são considerados pessoas de sensibilidade interior mais aguçada. 
A partir do estudo de fatos históricos, entendemos o comportamento social diante de portadores de deficiência. Cabe a nós possibilitar a inclusão destas pessoas, e garantir a elas todos os direitos de qualquer outro cidadão. Por meio de projetos, como o da fotógrafa paulista Kica de Castro, esses estereótipos estão sendo quebrados. Ela trabalha em uma agência de modelos que surgiu através de um centro de reabilitação para deficientes físicos. No início, as fotografias eram voltadas para o estudo do caso de cada paciente, publicadas apenas em prontuários médicos. Os fotografados se sentiam expostos e desconfortáveis no início, mas com o tempo tornou-se algo divertido e os pacientes a procuraram em busca de ajuda para ingressar no mundo da moda. Entre 2003 e 2005 Kica começou a apresentar o casting, que consiste na seleção de profissionais para atuar em um evento. No caso, modelos, e daí as fotografias passaram a ter uma abordagem artística. O projeto só tem crescido, e em 2008 fez uma parceria com a agência alemã Visable. 
Esse assunto tem sido abordado também pelas telenovelas como, por exemplo, a “Viver a vida” escrita por Manuel Carlos, inspirada na vida da jornalista Flávia Cintra, a novela descreve a vida de uma mulher que sofre um acidente de carro e daí por adiante tem que viver com sua deficiência. Diferente dos demais romances normalmente escritos, este descreve e mostra muitas dificuldades aos detalhes e a personagem principal não volta a andar, isso é, mostra que para ser feliz não precisa de pernas ou braços, apenas o gosto pela vida e o apoio da família e dos amigos.
No final da novela, a atriz fica grávida e passa por médicos que dizem que ela não pode ter filhos. Mais uma vez, mostra uma vivência de várias cadeirantes: muitos médicos não se informam e dão atendimento irregular; muitas mulheres até não são examinadas, o que aumenta o índice de câncer de colo de útero por exemplo.
As paraolimpíadas também são um bom exemplo. Iniciaram-se no início do século XX com atividades esportivas para jovens com deficiências auditivas. Mais tarde, em 1920, iniciaram-se atividades como natação e atletismo para deficientes visuais. Para portadores de deficiências físicas, o esporte adaptado só começou a ser utilizado após a Segunda Guerra Mundial, para reabilitação e inserção social dos soldados que voltavam para casa mutilados.
Desde 1960, foram organizados 11 Jogos Paraolímpicos de Verão e sete Jogos Paraolímpicos de Inverno. A 11ª Paraolimpíada de Verão foi realizada com sucesso em Sydney, Austrália, e a 8ª Paraolimpíada de Inverno foi realizada em março de 2002, na cidade de Lago Salt, EUA. Os jogos Paraolímpicos evoluíram e hoje, depois apenas dos Jogos Olímpicos, é o principal evento esportivo mundial. 
O governo brasileiro tem investido para facilitar a aprendizagem e mesmo a mobilidade dos deficientes nas escolas comuns, criando um ambiente mais acessível, com a construção de rampas e instalação de elevadores nos espaços escolares e trazendo para dentro de sala de aula um monitor para cada uma dessas crianças e/ou adolescentes. Mas segundo dados do IBGE, a quantidade pessoas com alguma necessidade especial ultrapassa muito o número de alunos matriculados. São cerca de 18 milhões de deficientes no Brasil atualmente, e apenas pouco mais de 293 mil se encontram matriculados.

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