quarta-feira, 4 de julho de 2012

Introdução



Aparentemente somos todos diferentes e somos todos iguais. De cada ângulo vemos uma qualidade ou um defeito em nós mesmos e no outro. Isso só depende do que queremos enxergar.

A aparência física é algo que atua sobre o modo de agir, pensar e sentir do ser humano. Para conseguir um emprego, por exemplo, há o requisito de apresentação visual.

Objetivo


Objetivo geral
O objetivo deste trabalho é entender como a desigualdade física é vista pela sociedade, e qual é o papel do indivíduo para uma melhor inclusão das pessoas portadoras da deficiência física.
Objetivos específicos
Conscientizar a desigualdade no meio de trabalho e encontrar soluções propostas pelo governo para enfrentar esse problema.
Conscientizar os problemas de estrutura enfrentados nas ruas pelas pessoas com deficiência física.
Encontrar atividades de formas diversas de inclusão das pessoas com deficiência física.

Descrição do Problema


O direito do cidadão tem sido construído no decorrer da história. A liberdade foi descrita durante a Revolução Francesa, no séc, XIX o direito social foi perseguido e apenas depois da Segunda Guerra Mundial a sociedade começou a dar atenção para as minorias com o intuito de não deixar mais desastres acontecerem. A partir daí formaram se órgãos para representar essas minorias, como por exemplo, os que lutam por educação e trabalho para todos.
O deficiente físico não quer maior “visibilidade”, mas sim, oportunidades. Políticas públicas são implantadas ao longo do tempo com o intuito de entregar aos deficientes o seu próprio destino e não mais deixa-los dependendo de assistência social. Mas, como tem toda uma história social por traz da construção da sociedade, a ação do governo é lenta em relação à demanda. A população deve fazer sua parte.
O Brasil conta com 24 milhões de pessoas com deficiência, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IMGE). Porem, essas pessoas não circulam nas escolas comuns, nas ruas, nos locais de lazer e cultura e muito menos têm acesso ao trabalho. Esse problema decorre pela baixa escolaridade desse grupo, grande dificuldade de inserção social e de constituição de vínculos familiares.

O que é deficiência física
“É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paralisia, monoplegia [...], exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.” (Decreto nº 5.296/04, art. 5º, §1º, I, “a”, c/c Decreto nº 3.298/99, art. 4º, I).
Tipos de Deficiência Física:

Fonte: A Inserção da pessoa portadora de deficiência e do beneficiário reabilitado no mercado de trabalho; MPT/Comissão de Estudos para inserção da pessoa portadora de deficiência no mercado de trabalho - Brasília/DF – 2001

No meio de trabalho


Segundo o Censo demográfico de 2000, 24,5 milhões dos brasileiros tem alguma deficiência.
O Brasil está muito atrasado se comparado ao primeiro mundo, em relação às políticas de emprego voltadas ao deficiente físico. Nele, a maior parte das pessoas com deficiência está fora do mercado de trabalho. Isso se deve ao fato de terem poucas oportunidades de fazer cursos e treinamentos profissionais, o que resulta em baixa qualificação para exercer um trabalho. 
A culpa, na avaliação do presidente da ADD, não se limita às companhias. Segundo estimativas do executivo, menos de 2% dos deficientes físicos no país têm segundo grau completo. Dificuldades como a falta de transporte adaptado nas grandes cidades acabam interferindo na vida escolar do deficiente físico, e atrapalharão na hora de conseguir um emprego. 
Se antes a principal causa de paraplegia era a poliomielite, agora são os acidentes de carro e as sequelas de tiros. De acordo com Dubner, quase 550 pessoas ficam com problemas por causa de acidentes de carro por dia no país.

Problemas enfrentados nas ruas


Apesar dos avanços tecnológicos para equipamentos para deficientes, estes ainda encontram enumeras barreiras pra conseguir se locomover de maneira segura pelas ruas e calçadas, problemas como, calçadas estreitas e esburacadas, muitas delas com "frades" ou jardineiras colocadas pelos próprios moradores, meios-fios acima da altura permitida pelas normas técnicas; ausência de rampas de acesso a cadeirantes; sinais de trânsito sem sensores de aproximação e afastamento interligados com sistema sonoro de alerta; número insuficiente de veículos adaptados destinados ao transporte coletivo, são obstáculos diários para esses cidadãos.
O Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência, da ONU, tratou do tema igualdade, afirmando que o princípio da igualdade de direitos entre pessoas com ou sem deficiência significa que as necessidades de todo indivíduo são da mesma importância. Continua, afirmando que essas necessidades devem constituir a base do planejamento social e que todos os recursos devem ser empregados de maneira que garantam igual oportunidade de participação a todo indivíduo.
Outra questão seria que não poderia haver esse tipo de problema para deficientes, pois consta Na Constituição que : “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, a segurança e a propriedade, (...)” ou seja na questão de direito para todos existe uma séria negação ao tratamento adequado parar pessoas com necessidades especiais, problemas com soluções simples como construção de mais rampas de acesso e ruas adequadas para passagem dessas pessoas, direitos básicos de transporte não são garantidos aos deficientes.
É necessário que, juntos, sociedade e Estado, construam um processo de inclusão social eficaz, urgente e permanente. Ao contrário do nosso sistema, o processo de inclusão é um processo que denuncia as desigualdades e o desrespeito às minorias, reivindicando não só a mudança de estruturas físicas, mas também de concepções, pensamento e planejamento da sociedade, procurando uma nova forma de organização social, em que as diferenças individuais sejam respeitadas e não menosprezadas.

Atividades da sociedade para a inclusão


A forma com que a sociedade lida com a questão corporal é influenciada por estereótipos criados no passado. Isso se aplica também à maneira com que tratamos os portadores de algum tipo de necessidade especial.
Na Roma antiga, por exemplo, o imperador Calígula exibia em sua corte pessoas deformadas, anãs, albinas como aberrações. Na Grécia antiga e principalmente na cidade de Esparta, os recém-nascidos eram avaliados por funcionários do Estado, e se não fossem considerados sadios, o que muitas vezes significava a manifestação de algum tipo de deficiência ou deformidade, eram jogados do alto do monte Taigeto. E há outros povos, que sempre cuidaram de seus deficientes, ou mesmo mudaram a própria concepção com relação aos mesmos ao longo dos anos. Na sociedade hindu os cegos são considerados pessoas de sensibilidade interior mais aguçada. 
A partir do estudo de fatos históricos, entendemos o comportamento social diante de portadores de deficiência. Cabe a nós possibilitar a inclusão destas pessoas, e garantir a elas todos os direitos de qualquer outro cidadão. Por meio de projetos, como o da fotógrafa paulista Kica de Castro, esses estereótipos estão sendo quebrados. Ela trabalha em uma agência de modelos que surgiu através de um centro de reabilitação para deficientes físicos. No início, as fotografias eram voltadas para o estudo do caso de cada paciente, publicadas apenas em prontuários médicos. Os fotografados se sentiam expostos e desconfortáveis no início, mas com o tempo tornou-se algo divertido e os pacientes a procuraram em busca de ajuda para ingressar no mundo da moda. Entre 2003 e 2005 Kica começou a apresentar o casting, que consiste na seleção de profissionais para atuar em um evento. No caso, modelos, e daí as fotografias passaram a ter uma abordagem artística. O projeto só tem crescido, e em 2008 fez uma parceria com a agência alemã Visable. 
Esse assunto tem sido abordado também pelas telenovelas como, por exemplo, a “Viver a vida” escrita por Manuel Carlos, inspirada na vida da jornalista Flávia Cintra, a novela descreve a vida de uma mulher que sofre um acidente de carro e daí por adiante tem que viver com sua deficiência. Diferente dos demais romances normalmente escritos, este descreve e mostra muitas dificuldades aos detalhes e a personagem principal não volta a andar, isso é, mostra que para ser feliz não precisa de pernas ou braços, apenas o gosto pela vida e o apoio da família e dos amigos.
No final da novela, a atriz fica grávida e passa por médicos que dizem que ela não pode ter filhos. Mais uma vez, mostra uma vivência de várias cadeirantes: muitos médicos não se informam e dão atendimento irregular; muitas mulheres até não são examinadas, o que aumenta o índice de câncer de colo de útero por exemplo.
As paraolimpíadas também são um bom exemplo. Iniciaram-se no início do século XX com atividades esportivas para jovens com deficiências auditivas. Mais tarde, em 1920, iniciaram-se atividades como natação e atletismo para deficientes visuais. Para portadores de deficiências físicas, o esporte adaptado só começou a ser utilizado após a Segunda Guerra Mundial, para reabilitação e inserção social dos soldados que voltavam para casa mutilados.
Desde 1960, foram organizados 11 Jogos Paraolímpicos de Verão e sete Jogos Paraolímpicos de Inverno. A 11ª Paraolimpíada de Verão foi realizada com sucesso em Sydney, Austrália, e a 8ª Paraolimpíada de Inverno foi realizada em março de 2002, na cidade de Lago Salt, EUA. Os jogos Paraolímpicos evoluíram e hoje, depois apenas dos Jogos Olímpicos, é o principal evento esportivo mundial. 
O governo brasileiro tem investido para facilitar a aprendizagem e mesmo a mobilidade dos deficientes nas escolas comuns, criando um ambiente mais acessível, com a construção de rampas e instalação de elevadores nos espaços escolares e trazendo para dentro de sala de aula um monitor para cada uma dessas crianças e/ou adolescentes. Mas segundo dados do IBGE, a quantidade pessoas com alguma necessidade especial ultrapassa muito o número de alunos matriculados. São cerca de 18 milhões de deficientes no Brasil atualmente, e apenas pouco mais de 293 mil se encontram matriculados.

Conclusão


A sociedade tem mudado seu olhar e sua atitude em relação às pessoas com alguma deficiência física ao longo dos anos. Hoje os deficientes já são inclusos por meio de leis do governo e por programas da própria população. Mas apesar do grande caminho percorrido, a estrada ainda é longa: a trabalho deve ser colocado como uma atividade comum e sujeita a qualquer tipo de pessoa ( respeitando as devidas regras propostas), as ruas e locais públicos como as casas devem passar por significantes reformas para uma melhor locomoção, como a população também deve ser mais acolhedora ou “lutadora”. Afinal, o direito de oportunidades iguais é de todos. 
A população nos últimos 20 anos tem sido ativa nas transformações para uma inclusão social. Mas falta muito para alcançar uma igualdade. Então na hora de propor um trabalho ou uma conversa, por exemplo, o outro deve ser visto como si mesmo.